Marco
Deixe-se de coisas, deixe de me comover!
Meu caro Daniel
Por mais que V. se gaste em generosidade, não me envaidecerá.
verbo saloio
Não sei se o seu Arquelino chupava, ou não chupava labregos, córregos e tetas de vacas. Se é o mesmo em quem estou a pensar, consta-me que era um vaidoso que passeava no Chiado, e que pôs uma bomba (terá posto?) que não chegou a rebentar a tempo. Ao certo, ao certo, sei apenas que aprendi a entendê-lo, ouvindo a minha avó.
Interroga-se V. se não serei eu mais um, que fala mas não chupa. Não quero deixá-lo nessa dúvida ingente. Eu nem falo, nem chupo. Não me ocupo com labregos, nem com tetas de vacas (sejam úberes, pronto!). Ocupo-me com coisas de que gosto, e que V. entende mal. Mas chupar, mesmo com molho, isso não.
Sossegue, pois, homem de Deus! E vá lendo, Arquelinos ou não, a ver se alisa as ideias enturvadas.
Valupi
Fazes bem em me lembrar as normas. Há tanto tempo a desrespeitá-las, já me tinha esquecido delas.
Não sei se consigo explicar-te porque é que as desrespeito. Sei apenas que a questão é comum a outros campos, de que te forneço exemplos.
Só raríssimamente concedo um discurso directo, sinto que não tem lugar num texto narrativo. E se encontro um trabalho em que ele abunda, não o leio.
Sou incapaz de usar um sinal de interrogação, um ponto e vírgula, um qualquer dois pontos. São úteis na linguagem comum. Mas narrar implica resolver essas questões, sem usar simplificações.
Maiuscular uma palavra qualquer significa dar estatuto ao conceito. E eu não o dou ao verão, nem ao inverno, por achar que o não merecem.
Quer dizer, um tipo constrói um casulo, mete-se lá dentro, e legisla. Não pode ser doutro modo!
Jorge Carvalheira